quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Esse Nome tem História - 150 anos parte 3

Como tinha sido expulsos das igrejas que eram anteriormente membros, muitos consideravam que os fiéis guardadores do Sábado não deveriam se organizar formando mais uma igreja.
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Outros achavam que o movimento deveria estar unido apenas pelos laços do amor, sem nenhum tipo de autoridade.
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Contudo, alguns problemas começaram a surgir, exigindo que alguma forma de organização fosse estabalecida.
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  1. Desde o início, a liderança da igreja, representada por seus pastores, entendia que o movimento de guardadores do Sábado não era apenas mais um movimento religioso, como outros que surgiam aqui ou ali, mas que tinham uma mensagem certa e definida a proclamar: as três mensagens angélicas;
  2. Muitas das propriedades da igreja, incluindo a editora, estavam no nome do Pr Thiago White. Se alguma coisa acontecesse com ele, legalmente, nada poderia ser feito até que seus filhos atingissem a maioridade;
  3. A maioria das igrejas era propriedade legal de seus pastores ou mesmo membros das igrejas;
  4. Qual deveria ser a forma de sustento dos pastores? Pois sem organização, ficaria impossível determinar um plano que fosse uniforme;
  5. Quem deveria ser o agente coordenador das atividades pastorais, emitir credenciais e determinar os planos missionários do movimento?
  6. Todos esses tópicos foram discutidos na Review and Herald (Revista Adventista da época) desde o início de 1860.

Temendo pela unidade do movimento e pela necessidade imperativa de discutir o tema da organização da igreja, a liderança convocou uma assembléia geral, com a data de início para sexta-feira, 28 de setembro de 1860. O local escolhido para as reuniões foi a pequena igreja de Battle Creek.

De acordo com o historiador Arthur W. Spalding, essa foi a assembléia com registros mais detalhados do início da história da igreja. Todos os detalhes foram publicados em três números da Review and Herald (9, 16 e 23 de Outubro de 1860).

A liderança das reuniões esteve sob a liderança do Pr José Bates, secretariado pelo jovem Pr Urias Smith.

Depois que todos os presentes tiveram tempo suficiente de expor suas ideias pró ou contra a organização da igreja, no final da tarde de domingo, 30 de setembro, foi votada apenas a organização legal da editora. Na manhã da segunda-feira, 1º de Outubro, foram compostos e votados os estatutos da Review and Herald Publishing Association.

Após a assembléia ter votado os estatutos da editora, o Pr Bracket pediu a palavra, levantou-se e disse: "Eu agora proponho que adotemos um nome, pois se vamos nos organizar e possuir propriedades legalmente estabelecidas, devemos ter um nome."

Agora o assunto se tornara mais sensível e as opiniões eram diversas. Para Tiago White, não havia outra possibilidade de se manterem unidos se não fossem organizados em torno de um nome: "Eu não sei como poderemos impedi-lo, a menos que nos dispersemos e nos espalhemos, e desistamos completamente do assunto."

Havia sugestões quanto a possíveis nomes, e a maioria delas já era aplicada ao movimento dos guardadores do Sábado em algum lugar, inclusive por eles mesmos: povo do sétimo dia, sétimo dia da porta fechada, adventistas guardadores do Sábado, aniquilacionistas do sétimo dia, o remanescente e o rebanho disperso.

Muitos dos delegados haviam declarado sua preferência, mesmo que anteriormente à assembléia, tais como J. B. Frisbie, T. J. Butler e Thiago White. Julgavam eles que "Igreja de Deus" seria um bom nome, embora bastante pretencioso e já usado por outros movimentos religiosos.

Depois do intervalo do almoço, foi sendo cristalizada a ideia de que o nome deveria expressar as verdades proclamadas pela igreja. Entre eles estava M. E. Cornell. Ele disse: "Os mandamentos de Deus e a fé de Jesus são uma marca distintiva entre nós e as outras denominações... Existe confusão nos nomes até agora indicados; e se alguma coisa não for feita aqui, as igrejas escolherão elas mesmas diferentes nomes. Um nome representativo trará unidade e não confusão."

Como de costume, após todos os delegados desejosos de expor seus pareceres terem se declarado, foi colocado diante da assembléia se o movimento deveria ou não receber um nome. O registro oficial da votação indicou que não houve nenhum voto contrário, apenas poucas abstenções.

E agora, qual seria o nome? Depois de algumas observações, David Hewitt, o primeiro converso adventista em Battle Creek e conhecido como o homem mais honesto da cidade, levanta-se e faz a seguinte proposta: "Que nós tomemos o nome de Adventistas do Sétimo Dia."

Esta proposta foi livremente discutida e depois foi colocada à votação. Ampla maioria votou a favor. Houve um voto contrário (Pr Butler, que ainda insistia no nome Igreja de Deus) e quatro abstenções (os irmãos Laurence, Sperry, Andrews e Ingraham).

Agora o povo da profecia tinha um nome que, como sabemos, fois escolhido sob a inspiração de Deus.

Um ano mais tarde, de 4 a 6 de Outubro de 1861, foi organizada a primeira associação da Igreja, a Associação dos Adventistas do Sétimo Dia de Michigan. Logo outras associações foram formadas. E, três anos mais tarde, os delegados da igreja decidiram organizar a Associação Geral, de 20 a 23 de Maio de 1863.

O próximo texto referente a esse assunto será o último.

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[Nota:] A foto que ilustra a postagem é de David Hewitt, que tinha a fama de ser o homem mais honesto da cidade de Battle Creek, tanto é que até hoje no cemitério da cidade está escrito em sua lápide: Aqui jás David Hewitt, o homem mais honesto da cidade.

Ele foi o primeiro converso Adventista da cidade de Battle Creek, recebeu a mensagem por meio do Pr José Bates e foi ele quem sugeriu o nome de Igreja Adventista do Sétimo Dia.

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